As infecções urinárias, também conhecida como cistites, são altamente prevalentes na suinocultura, e representam uma das mais importantes causas de redução da vida útil, falha reprodutiva e morte súbita de matrizes. As particularidades anatômicas das fêmeas de todas as espécies de mamíferos as tornam mais suscetíveis à infecção, sendo que na espécie suína isto se agrava por fatores predisponentes como a baixa ingestão de água e o íntimo contato dos animais com as fezes.
O trato urinário possui uma microbiota que coloniza a vagina e a porção distal da uretra, exercendo papel protetor no trato urinário, competindo com patógenos. Na espécie suína pouco se sabe sobre a composição da microbiota normal do trato urinário, entretanto, estima-se que seja muito similar à espécie humana, devido à ocorrência já identificada de lactobacilos no trato urogenital das fêmeas suínas. A microbiota normal é desprovida de fatores de patogenicidade e sua presença é sempre um fator de proteção contra infecções por outros agentes patogênicos, originários das fezes, pele e do ambiente.
Estudos realizados no Brasil e no exterior mostram que mais de 70% dos casos de infecções do trato urinário em porcas são causados pela E. coli, sendo que em algumas pesquisas esta bactéria foi responsável por mais de 90% das infecções. As cepas de E. coli são normalmente encontradas no intestino dos suínos e de outros mamíferos, e geralmente desempenham um papel benéfico para o hospedeiro. No entanto há um grupo de cepas patogênicas que podem causar doença em qualquer sitio extraintestinal como as vias urinárias, pulmão, peritônio e meninges.
São vários os fatores de risco envolvidos com a ocorrência de infecções urinárias em porcas: a estrutura anatômica do aparelho urinário, a posição da vulva em relação à fonte de infecção, doenças do aparelho locomotor, a qualidade da higiene das instalações, qualidade e quantidade de água ingerida, condições físicas da porca, manejo alimentar, traumatismos, uso inadequado de antibióticos, entre outros.
Estima-se que as perdas econômicas em granjas com alta incidência de infecções do trato urinário em porcas ocorram como consequência do aumento da taxa de mortalidade de matrizes, elevação na taxa de retorno ao cio, de infecções puerperais e aumento na ocorrência da síndrome das leitegadas pequenas.
Fonte:
ALBERTON, G. C.; SOBESTIANSKY, J.; DONIN, D. G. In: Infecção urinária em fêmeas em produção. In: Sobestiansky, Y, Barcellos, D.; Doenças dos Suínos, 2ª edição. Goiânia, 2012. p 179 – 184.
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