Computador com roda (por Everton Gubert)
Computador com roda (por Everton Gubert)

Computador com roda (por Everton Gubert)

Já compartilhei aqui com vocês que sou fã das coisas simples. Admiro muito aquelas pessoas que conseguem facilitar a nossa vida por meio de ensinamentos, conceitos e ferramentas que sintetizam a complexidade que muitas vezes se apresenta em nossos caminhos. Um bom exemplo é o psicólogo americano Abraham Maslow, falecido na década de 70, autor da teoria da hierarquia das necessidades do ser humano, mais conhecida como a Pirâmide de Maslow, pelo fato de explicar toda uma complexidade em uma simples pirâmide. E é exatamente este ponto que me faz admirá-lo. Fantástico!

Pois bem, para encurtar a história, nessa pirâmide Maslow organizou as necessidades do ser humano em cinco níveis hierárquicos: necessidades fisiológicas, de segurança, de relacionamento, de estima e de realização pessoal. Segundo ele, todos nós precisamos primeiramente resolver as nossas necessidades mais básicas, as fisiológicas. Ou seja, precisamos nos alimentar, respirar, beber água, dormir etc.

Ao suprir as fisiológicas, entramos no próximo nível, a necessidade de segurança. Segurança do nosso corpo (de não estarmos em perigo), da segurança de um emprego, de ter uma moradia, de estarmos seguros da nossa saúde, de estarmos seguros com nossa família. São itens que, quando atendidos, satisfazem a nossa sensação de segurança. Faz sentido? Para mim todo!

Ao suprir a segurança, o terceiro nível hierárquico é a necessidade de relacionamento. O ser humano tem uma necessidade incrível de pertencimento, de se relacionar com grupos. Iniciando pelo grupo mais íntimo que é a família, depois os amigos, o relacionamento íntimo com alguém e com grupos que temos simpatia (agremiações, associações, etc). Em seguida vem o nível hierárquico da estima. A autoestima, confiança, conquista do respeito dos outros, são questões importantes para as pessoas que já possuem as outras necessidades atendidas.

Por fim, chegamos ao nível hierárquico que mais admiro: realização pessoal. Aqui estão as necessidades mais nobres do ser humano, que é a nossa necessidade de moralidade, de valores, de fazer o bem, de ter fé (espiritual), de servir ao próximo, de deixar um legado, enfim, de contribuir com o desenvolvimento da humanidade. É aqui, neste último nível, que todos deveríamos estar trabalhando se todos nós já tivéssemos suprido as demais necessidades. Pessoas que se desenvolveram a ponto de estar aqui, geralmente nos brindam com legados preciosos e ajudam os demais a subirem na pirâmide. São pessoas inspiradoras!

Uma dessas pessoas é o sul-africano Elon Musk, um empreendedor visionário de apenas 46 anos, que simplesmente está transformando toda a indústria automobilística. Isso porque, ao invés de construir carros, ele está construindo computadores com rodas. Ele é o CEO e fundador da Tesla, uma empresa americana que nasceu em 2012 construindo “carros” totalmente elétricos e que está tendo tanto sucesso que já está fazendo “veículos” a preços acessíveis a maioria das pessoas. Ele simplesmente desafiou o status quo da indústria do petróleo e fez o que as tradicionais montadoras poderiam ter feito há décadas. Elon Musk já era milionário aos 28 anos de idade, fruto do seu trabalho e de sua competência, já tinha todas as suas necessidades mais básicas resolvidas, poderia viver de sua fortuna curtindo a vida e pensando exclusivamente nele. Mas, ele quis ir além.

O momento que vivemos aqui no Brasil infelizmente revela casos opostos. Escândalos recentes nos mostraram uma minoria de empresários que, tendo todas as suas necessidades supridas e podendo se colocar à disposição do País, se limitam a pensar apenas em seus umbigos. Perdendo a oportunidade de deixarem belos legados.

Precisamos nos inspirar em pessoas como Elon Musk e construir, quem sabe, os nossos “computadores com rodas”. Espero que a nossa necessidade de realização seja mais forte e inspire líderes predispostos a transformar definitivamente este esplendoroso País onde vivemos, que também clama por subir o seu nível hierárquico e ocupar o seu verdadeiro papel no mundo.

Fonte:
Artigo extraído da Revista Feed&Food, escrito por Everton Gubert, fundador e diretor da área de Inovação da Agriness.

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